E voltamos ao ponto inicial onde velhos sentimentos que ficaram escondidos ou cansados de esperar retornam à tona. Ele era apenas um garoto que se levantava pela manhã com os olhos vidrados no céu que atravessa sua janela sobre a cama. Era aquele garoto que se perdia em pensamentos antes de se levantar.
O cachorro lhe lambia os pés pedindo pra bricar e seu sorriso se abria pela primeira vez para fazer carinho no animal que agradecia com as patas em seus joelhos. Olhando-se no espelho, acreditava que aquele dia poderia ser diferente e que à noite teria o amor em seus braços. A noite chegava, a madrugada alcançava suas pernas e adormecia pensando e sentindo.
Até que dia a dia a ponta de esperança e expectativa se dissiparam e novos interesses perpendiculavam seus caminhos. Alguns mais que outros, mas aquele velho sentimento ali, escondido, à espera.
E uma vez a cada tempo se apaixonava novamente e se perdia e se ostentava. Mas as paixões são permanentes passageiros que se despedem. E o vazio volta a se instalar feito hóspede teimoso que se acomoda no sofá da sala.
Era Maio, Setembro ou Janeiro. Era Outono, Primavera e Verão. E era inverno. E era frio.
lindo!
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