Eram 4 da manhã. O quarto claro pelas luzes da cidade e a cortina balançando preguiçosamente sobre meus cabelos. Acordei assim, no meio da madrugada. Meus olhos abriram vidrados naquela dança que acontecia independente de todo o mundo.
Com os dedos tentei seguir o ritmo daquela dança e eu que não sou bom nessa coisa de ritmo fiquei fora de compasso. Dois pra lá, dois pra cá, rápido demais, lento demais. Sorri. - Daria pra você me conduzir? Tô meio perdido nessa dança.
E ela riu. Disse que eu, às vezes, pareço criança. E se mesmo assim, criança, vou me tornando adulto teimoso? Desses que acreditam no amor e nas conversas matinais de domingo. Ela me pegou pela mão e disse que dançaria aquela noite comigo, mas que é preciso ser mais forte porque a vida nos tira pra dançar sem cuidado.
Confesso que gostei daquela música. Era algo que falava sobre uma busca, sobre beleza e imperfeição, sobre insanidade e quando acabou, agradeci. Voltei a dormir. O dia começou novamente e eu ainda com a sensação de ter dançado a noite inteira.
Queria ouvir e dançar essa música numa madrugada também, pra ter a certeza de que ser uma criança meio adulta e teimosa (e ainda assim bonita e imperfeita)não é assim tão errado.
ResponderExcluirÀs vezes ela surge de repente, Gu. Mas sinceramente, certeza a gente nunca tem.
ResponderExcluiruau
ResponderExcluirBonito