quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

LEVA A PAZ

Leva paz, leve paz. E assim é o amor quando acaba. Paradoxalmente leva embora a paz que constrói e ao mesmo tempo traz outra, talvez aquela que tirou dos corações que insistiram em amar.

Desconfio que amor verdadeiro não exista, estamos sempre em desencontros e quando sentimos e temos a rara sensação de sentirem de volta é como um lapso. São pequenos segundos de amor. E que passam e deixam aquela vontade de ser novamente e a terrível e temida angústia de não ser nunca mais.


Ser amado é daquelas inebriantes sensações que temos quando bebemos vodka.(que me mostrem o bar mais próximo). E não é de se admirar que buscamos tais espetaculares pássaros fugidios nos pequenos encontros dia após dia. E temo que em um desses dias os olhares não se cruzem mais porque, como no poema,
resultou inútil.

E se, mais uma vez parafraseando o poeta, os olhos não chorarem mais, o que nos restará? Trabalho, fugacidade, não-encontro. 

Imagem: "Pontes da Vida" de Jean Cândido 

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