quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

UMA TARDE NO CAFÉ


Chuva interminável e constante na cidade história fluminense. As opções para um jovem artista lationamericano sem muito dinheiro no banco poderiam ser muitas: olhar lojas de artesanato ou... olhar lojas de artesanato. Preferi fazer o que faria em qualquer tarde ociosa de qualquer lugar do mundo: entrar num café.

Não são poucas as experiências que se pode viver num café e me desculpem os boêmios de boteco, prefiro a boemia quente de um bom café e de conversas quase sussurradas como numa Igreja.


E num café pode-se discutir filosofia, arte, sexo, amor e se descobrir coisas obscuras e secretas. Pode-se ter acesso a certas intimidades que às vezes nem entre quatro paredes se pode ter.


Assim como bar, um café também atrai sua gama de loucos, mas são loucos quase mansos e que se enchem de conhaques ou vinhos.


A loucura em um café vem de forma lânguida e sensual. Num café dificilmente uma discussão terminará em socos, mas provavelmente com alguém indo embora fulo da vida.


Entre a clientela há os mal-humorados, os discretos, os cismados, os solitários e acabrunhados, os nerds e as putas de fina categoria. Há os artistas e intelectuais.


Feito um ponto de peregrinação, no final das contas, um café tem em sua essência o discreto charme da burguesia.


E por que não?

3 comentários:

  1. hum... sugestão: defina um tema ou sentimento que quiser tratar antes de escrever, assim vc terá uma meta.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom. Adoro cafés. Adoro tardes chuvosas passadas em cafés. Gosto do que você escreve, Jean, e, sobretudo, do blog sobre a novela Vale Tudo, a minha preferida desde 1988. Abraços. Meu e-mail: evandrus2004@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
  3. Olá Evandro,

    Valeu pela visita! Super abraço!

    ResponderExcluir