terça-feira, 16 de novembro de 2010

POEMA DO NÃO

Os caminhos escuros esparsos no meu peito
Que trafegam por entre amores entregues pela metade
No desejo imenso de se deixar ao vento
Mas não... não podem... não conseguem
E o paraíso anunciado desde sempre pelas histórias
...Se tornando vez mais distantes e impensáveis
Eu conheci este paraíso e toquei os pés em sua porta de entrada
Mas fui puxado de volta
e vi diante dos meus olhos abertos,
estúpidos e cheios de esperança e dor
portas e janelas se debaterem e se recusarem
Mãos estendidas foram recolhidas
Carinhos e afagos recusados
E pena de mim era fato consumado
E lágrimas em tardes de chuva, clichês de verdade
Corações se quebram todos os dias, aos milhares
E não houve quem os colassem

O caminho que vou entranhando alma adentro
Se perde nos meus pensamentos
E não se pode ver
Não se pode ver
Não se pode ver nãos.

Imagem: "Nas Curvas da Linha" de Jean Cândido Brasileiro

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