Foto: Ricardo |
Encostou-se à parede em frente a porta do elevador. Os andares pareciam intermináveis obstáculos e o transporte não chegava nunca mais.
Assim encostado abaixou os olhos e viu que seu sapato tinha uma mancha vermelha de uma tinta qualquer que usara no último quadro que pintara. Ainda de olhos baixos pensou no sentido daquela noite e não o descobriu.
Ali, sozinho, depois de alguns mínimos momentos que não foram absolutamente de amor. Ouviu ainda quando a porta do apartamento que acabara de deixar fora trancada deixando-o preso na madrugada.
Era madrugada e sentiu vontade de ser chamado de volta e dormir sobre os braços carinhosos.
...
Não, ninguém abriria a porta, ninguém o chamaria de volta e seu retorno era inevitável.
A madrugada estava quente como em qualquer noite de verão, apenas uma brisa vinha do mar e encostava de leve em seu rosto. Foi caminhando pra casa ouvindo passos alheios de bêbados, prostitutas e casais. Em determinado ponto tudo ficou vazio e silencioso. Somente a voz de seus passos e o som de seus pensamentos. Um o acalmava, o outro o angustiava, mas não sabia ao certo qual era qual.
Subiu suas escadas depois de ruas, semáforos, carros, táxis, luz e escuridão, som e silêncio. Teve dificuldade em abrir sua porta. Se sentiu preso do lado de fora e tampouco se sentiria livre do lado de dentro. Seu coração disparou em cavalgadas amplamente respiradas. Se sentiu atado. Ficou assim, com a chave na mão próxima à fechadura sem abrir por alguns minutos.
Engoliu a seco. Entrou. Trancou-se.
Sozinho fora. Sozinho dentro.
Assim encostado abaixou os olhos e viu que seu sapato tinha uma mancha vermelha de uma tinta qualquer que usara no último quadro que pintara. Ainda de olhos baixos pensou no sentido daquela noite e não o descobriu.
Ali, sozinho, depois de alguns mínimos momentos que não foram absolutamente de amor. Ouviu ainda quando a porta do apartamento que acabara de deixar fora trancada deixando-o preso na madrugada.
Era madrugada e sentiu vontade de ser chamado de volta e dormir sobre os braços carinhosos.
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Não, ninguém abriria a porta, ninguém o chamaria de volta e seu retorno era inevitável.
A madrugada estava quente como em qualquer noite de verão, apenas uma brisa vinha do mar e encostava de leve em seu rosto. Foi caminhando pra casa ouvindo passos alheios de bêbados, prostitutas e casais. Em determinado ponto tudo ficou vazio e silencioso. Somente a voz de seus passos e o som de seus pensamentos. Um o acalmava, o outro o angustiava, mas não sabia ao certo qual era qual.
Subiu suas escadas depois de ruas, semáforos, carros, táxis, luz e escuridão, som e silêncio. Teve dificuldade em abrir sua porta. Se sentiu preso do lado de fora e tampouco se sentiria livre do lado de dentro. Seu coração disparou em cavalgadas amplamente respiradas. Se sentiu atado. Ficou assim, com a chave na mão próxima à fechadura sem abrir por alguns minutos.
Engoliu a seco. Entrou. Trancou-se.
Sozinho fora. Sozinho dentro.
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